O investimento de US$50 bilhões e a geração de 10 mil empregos diretos e indiretos estão em jogo, já que a estatal ucraniana considerava o Brasil um país neutro.

Da Redação

O governo de São Paulo confirmou na manhã desta quarta-feira, 26, que representantes da estatal russa ucraniana Antonov estiveram no Palácio dos Bandeirantes, no último dia 11 deste mês, para tratar de investimentos na ordem de US$ 50 bilhões para a construção de uma planta industrial no país.

"A Secretaria de Negócios Internacionais do Estado de São Paulo informa que, no dia 11 de abril, recebeu representantes de Oleksandr Nykonenko e Victor Avdeyev, conselheiro e vice-presidente da Antonov Company, para audiência a respeito do interesse da estatal ucraniana Antonov desenvolver atividades no Brasil, em especial no Estado de São Paulo", diz o governo de SP em nota

A confirmação foi divulgada após um mal-estar envolvendo o presidente Lula. Durante a agenda pela Ásia no último dia 15/4, o mandatário foi questionado por jornalistas sobre a situação da Ucrânia. Na ocasião, o presidente defendeu um plano de paz para a região, porém, usou um tom que pesou na comunidade internacional.

"O presidente (Vladimir) Putin não toma a iniciativa de parar (a guerra). (O presidente ucraniano, Volodymyr) Zelenski não toma a iniciativa de parar. A Europa e os Estados Unidos continuam contribuindo para a continuação desta guerra. Temos que sentar à mesa e dizer para eles: ?basta?", disse Lula em um tom que não agradou o país que buscava investir no Brasil. 

Depois da nota, os participantes da reunião entraram em contato, por e-mail, informando que "diante das últimas declarações do Governo Federal, a Antonov decidiu suspender as negociações." O governo paulista também confirmou ter recebido posteriormente um comunicado suspendendo as tratativas tendo em vista as declarações do presidente.

O investimento de US$50 bilhões e a geração de 10 mil empregos diretos e indiretos estão em jogo, já que a estatal ucraniana considerava o Brasil um país neutro. O projeto previa a construção de uma planta industrial de 70 mil metros quadrados em dois estados, Paraná e São Paulo, transferência de tecnologia e uma pista de testes de ao menos 2.400 x 50 metros em um cronograma estimado em cinco anos.


 

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