Confira as flutuações cambiais e entenda onde melhor investir no atual cenário econômico

Redação | Thiago Alonso

O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (17) no vermelho, refletindo a deterioração do cenário fiscal doméstico. Mesmo com a alta de 2,44% das ações do banco Itaú, o índice caiu 0,44%, fechando a 119.137,86 pontos. Ao longo do dia, o Ibovespa oscilou entre a máxima de 119.663,06 pontos e a mínima de 118.685,10 pontos, menor patamar intradiário desde novembro de 2023. O volume financeiro do pregão somou R$ 15,7 bilhões antes dos ajustes finais.

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street fecharam em alta, impulsionados pela expectativa de novos dados econômicos e comentários de autoridades do Federal Reserve (FED). As gigantes Apple e Microsoft registraram ganhos após perdas iniciais, enquanto a Nvidia, destaque no setor de chips de inteligência artificial, recuou de um recorde de alta.

No mercado cambial, o dólar à vista registrou baixa ante o real na manhã desta terça-feira (18), influenciado pela perda de força da moeda norte-americana no exterior e pela cautela no mercado doméstico devido ao cenário fiscal e à decisão do Banco Central sobre juros, prevista para quarta-feira. Às 10h57, o dólar à vista cedia 0,45%, cotado a R$ 5,3975 na venda. Na B3, o contrato futuro de dólar de primeiro vencimento caía 0,27%, a R$ 5,4160.

Externamente, o dólar começou o dia em alta frente à maioria das divisas, incluindo moedas fortes, mas perdeu força após a divulgação de novos dados econômicos e declarações de uma autoridade do FED. O Departamento de Comércio dos EUA informou que as vendas no varejo aumentaram 0,1% em maio, abaixo da previsão de 0,3%. John Williams, presidente do FED de Nova York, declarou que espera uma queda gradual na taxa de juros ao longo dos próximos dois anos, à medida que a inflação se aproxima da meta de 2%.

Situação no Brasil

No Brasil, os últimos dias foram marcados por uma pressão de alta no dólar devido à apreensão dos investidores com a situação fiscal e a relação conturbada entre governo e Congresso. Em entrevista recente à rádio CBN, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a desoneração de setores sem contrapartidas e afirmou que o governo está estudando seriamente o Orçamento. Lula não descartou ajustes nas contas públicas, mas destacou que cortes de despesas devem ser justificadamente necessários.

A economista Solange Srour, diretora de macroeconomia para Brasil da UBS Global Wealth Management, comentou sobre a situação fiscal do Brasil, em entrevista ao InfoMoney: "Estávamos com um problema fiscal muito grande, lá em 2022. Aprovamos a PEC da Transição. Ali, adicionamos um gasto substancial, de 2% do PIB, numa dinâmica que já era de aumento, mas que, bem ou mal, estava mais controlada, pelo Teto de Gastos. Não era melhor porque, claramente, o teto precisava de reforços - como a reforma administrativa e a redução da rigidez do orçamento. Acabamos com o teto e criamos o arcabouço fiscal em 2023. Na época, quem era especializado em fiscal chamou a atenção sobre as regras da educação, da saúde e do salário mínimo. Hoje, quem olha para o fiscal com uma lupa vê que as regras são incompatíveis e que em algum momento pode ser necessário mudar algumas regras do arcabouço, que são incompatíveis."

Além da questão fiscal, investidores estão atentos à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A maioria dos analistas espera a manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano, mas uma decisão dividida pode aumentar a volatilidade no mercado. Em declarações recentes, Lula criticou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, acusando-o de prejudicar o país.

A projeção de mercado para a taxa Selic ao final de 2024 subiu para 10%, segundo o Boletim Focus do Banco Central, refletindo uma revisão das expectativas econômicas. A inflação, medida pelo IPCA, também teve sua previsão elevada para 3,8% em 2024, dentro do intervalo de meta de inflação do BC. O crescimento do PIB para 2024 foi revisado para 2,05%.

No cenário internacional, o euro e outras moedas também mostraram flutuações diante das incertezas econômicas globais. Investidores devem ficar atentos às políticas monetárias das principais economias e aos indicadores econômicos para ajustar suas estratégias de investimento.

 

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