Diário Tocantinense conversou com a neurocirurgiã Ana Maria Moura que discutiu os principais fatores que podem estar contribuindo para essa situação

Redação I Thiago Alonso

O aumento do número de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) entre pessoas mais jovens tem gerado preocupação. Pensando nisso, o Diário Tocantinense conversou com a neurocirurgiã Ana Maria Moura que discutiu os principais fatores que podem estar contribuindo para essa situação.

De acordo com a especialista, “a cada um minuto sem atendimento adequado no AVC isquêmico, a falta de oxigênio para o cérebro resulta na perda de aproximadamente dois milhões de neurônios”.

Os sinais de alerta incluem formigamento ou fraqueza em um dos lados do corpo, dificuldades na fala, perda de equilíbrio, náuseas e vômitos. Para ajudar a identificar esses sintomas, Ana Maria sugere a técnica SAMU: “Pedimos para a pessoa S, sorrir, A, de abraço e MU repita uma frase com uma música para verificar se há dificuldade na fala.”

A prevenção do AVC está diretamente relacionada ao estilo de vida. Ana Maria enfatiza que “falta de sono, estresse, uma dieta desequilibrada e a ausência de atividade física aumentam a predisposição a condições que podem desencadear um AVC, como a hipertensão, o colesterol elevado e a diabetes”. Ela destaca que “tudo isso pode contribuir para um quadro de saúde deficiente e, consequentemente, elevar o risco de AVC”.

Os tratamentos para AVC incluem o controle dos fatores de risco, com foco na manutenção da pressão arterial, do colesterol e da diabetes em níveis adequados. “O importante é a reabilitação”, diz a neurocirurgiã, pois os neurônios danificados podem ser substituídos através de um processo chamado plasticidade cerebral.

Ana Maria ressalta a importância de uma equipe multidisciplinar na recuperação do paciente, que deve incluir fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e psicólogos.

“A presença do psicólogo é vital, pois muitos pacientes podem sentir ansiedade ou depressão, o que pode dificultar sua participação na reabilitação”, afirma a neurocirurgiã. Ela observa que “esse suporte psicológico é essencial para garantir que o paciente tenha um retorno mais efetivo às suas atividades diárias”.

Além disso, Ana Maria aponta que o AVC hemorrágico pode ocorrer devido a malformações arteriovenosas ou aneurismas no cérebro. Embora fatores como genética também desempenhem um papel, a má qualidade de vida é um agravante. A especialista alerta que “a hipertensão não controlada é um dos principais fatores de risco”.

“Pressão alta faz com que as paredes das artérias se tornem mais frágeis, facilitando a liberação de êmbolos que podem obstruir vasos menores no cérebro”, explica. Outros fatores de risco incluem arritmias, colesterol elevado, diabetes e sedentarismo.

Em síntese, Ana Maria Moura reforça que, “independentemente da qualidade de vida, as pessoas ainda podem estar sujeitas a um AVC em algum momento de suas vidas”. Ela conclui que a prevenção, através de hábitos saudáveis e acompanhamento médico, é fundamental para reduzir essa estatística preocupante.

Fala Comunidade

@diariotocantinense
@diariotocantinense2
@dtocantinense2
@diariotocantinense
Comercial
Redação
Grupo no Whatspp