Reajuste da Petrobras e mudanças na política de preços impactam consumidores; economista destaca efeitos na inflação e no mercado interno

Redação I Giovana Cecília

Na última quarta-feira, 24 de julho, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que o preço médio do litro da gasolina subiu 2,68% nos postos de combustíveis na semana de 14 a 20 de julho, atingindo R$ 6,13 por litro. Na semana anterior, o preço já havia subido R$ 0,12, chegando a R$ 5,97. Este novo aumento de R$ 0,16 é o maior registrado durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O aumento no preço da gasolina era esperado após o reajuste anunciado pela Petrobras em 8 de julho, quando a estatal elevou o preço da gasolina em R$ 0,20 por litro. Este reajuste reflete um aumento real de R$ 0,15 nos postos, devido à mistura obrigatória de etanol na gasolina no Brasil. Antônio Ribeiro, economista, comentou que "o reajuste recente da Petrobras reflete diretamente nos preços ao consumidor devido à composição da gasolina com etanol."

Em termos regionais, o Acre apresenta o preço mais alto do país, com a gasolina sendo vendida a R$ 7,24 por litro, enquanto no Amapá o preço é de R$ 5,69. Além da gasolina, o etanol também registrou aumento, subindo 3,03% e alcançando R$ 4,08 por litro em média. O diesel teve um aumento de 0,17%, atingindo R$ 5,95 por litro em média.

A análise da Edenred Ticket Log (IPTL) mostrou que, na primeira quinzena de julho, o etanol subiu 2,26%, atingindo R$ 4,08. O Sul e o Centro-Oeste registraram o maior aumento para a gasolina, de 1,3%, com preços médios de R$ 6,04 e R$ 6,09, respectivamente. No Norte, a gasolina alcançou o maior preço médio, de R$ 6,48, enquanto o Sudeste teve a média mais baixa, a R$ 5,95.

A Petrobras anunciou no início de julho um aumento de 7,11% no preço da gasolina para as distribuidoras, elevando o valor para R$ 3,01 por litro. Esta medida entrou em vigor no dia seguinte e especialistas estimaram um impacto de 2,50% no preço ao consumidor e nos índices de inflação, refletidos no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "O aumento nas distribuidoras acaba chegando ao consumidor final, afetando diretamente os índices de inflação", explicou o economista.

O último reajuste de preço pela Petrobras havia sido em outubro de 2023, quando houve uma redução de R$ 0,12, fixando o preço em R$ 2,81 por litro. Em maio de 2023, a Petrobras alterou sua política de preços, deixando de seguir a política de paridade internacional (PPI), que ajustava os preços dos combustíveis com base nas variações do dólar e do petróleo no mercado internacional. "A mudança na política de preços trouxe um novo cenário para o mercado interno, onde os ajustes são feitos com base em outros critérios econômicos", afirmou Antônio.

A nova política estabelece que os preços para as distribuidoras estejam entre o maior valor que um comprador pode pagar antes de buscar outro fornecedor e o menor valor que a Petrobras pode praticar mantendo lucro. "As mudanças na tributação têm um impacto enorme nos preços finais ao consumidor," destacou o profissional.

Entre março de 2021 e fevereiro de 2024, ocorreram pelo menos 13 alterações nos tributos sobre gasolina, diesel, etanol e gás natural veicular (GNV), com sete dessas mudanças acontecendo em 2023.

O levantamento estadual revelou que São Paulo apresentou o menor valor para a gasolina, a R$ 5,82. Para o etanol, o Centro-Oeste, apesar do maior aumento de 2,3%, manteve o combustível mais barato, a R$ 3,96, enquanto o Nordeste apresentou o preço mais alto, a R$ 4,68. Rondônia registrou o maior aumento para o etanol, de 4,8%, com o preço médio chegando a R$ 4,97, enquanto a Bahia teve a maior redução, de 0,4%, com o combustível custando R$ 4,54.

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