Em meio à crise hídrica e ao aumento da demanda energética, o governo avalia reintroduzir o horário de verão como uma solução ousada para aliviar a pressão sobre o sistema elétrico e maximizar o uso de fontes renováveis

Redação

A recente proposta do governo federal de reintroduzir o horário de verão é vista como uma estratégia para mitigar a pressão sobre o sistema elétrico nacional, em um cenário marcado por altas temperaturas e escassez hídrica. A medida visa otimizar a geração de energia a partir de fontes solar e eólica, que têm se tornado cada vez mais relevantes, mas também enfrentam limitações em horários de pico.

Atualmente, cerca de 50% da energia elétrica consumida no Brasil é proveniente de hidrelétricas. No entanto, a mudança climática e a falta de chuvas têm reduzido a capacidade de geração dessas usinas. Por exemplo, a Usina Santo Antônio, em Rondônia, teve que paralisar parte de suas unidades em setembro devido à baixa vazão do rio.

Diante dessa realidade, o governo busca alternativas para compensar a perda de energia hidrelétrica. As usinas eólicas e solares, que representam, respectivamente, 15% e 7,5% da geração nacional, são vistas como soluções promissoras, mas enfrentam desafios. Durante os horários de pico, entre 18h e 19h, a produção solar já não está disponível e a eficiência da energia eólica diminui, o que resulta em um aumento na dependência das usinas termoelétricas, elevando as tarifas para a bandeira vermelha.

A proposta de adiantar os relógios em uma hora tem como objetivo distribuir a demanda de energia de maneira mais uniforme, especialmente durante o final da tarde. Com isso, espera-se que as fontes renováveis possam ser utilizadas de forma mais eficaz nesse período crítico.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defende a avaliação de todas as possibilidades que possam contribuir para a modicidade tarifária e a segurança do sistema. Além do aspecto energético, a volta do horário de verão também é considerada uma forma de impulsionar setores econômicos, como turismo e comércio, que tendem a se beneficiar da luz do dia prolongada.

Estudos sobre a viabilidade da medida estão em andamento e uma reunião entre o Ministério de Minas e Energia e o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) está prevista para decidir sobre a reintrodução do horário de verão.

Em um momento em que a segurança energética é uma prioridade, a análise de políticas públicas que promovam um uso mais eficiente da energia se torna fundamental. O retorno do horário de verão poderá não apenas ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, mas também a fomentar o crescimento econômico em setores cruciais para o país.

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