CNE, cujo líder é um aliado de Maduro, destacou que a diferença entre os dois candidatos é de cerca de 704 mil votos

Redação I Thiago Alonso

Na madrugada desta segunda-feira, 29 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que Nicolás Maduro venceu as eleições presidenciais realizadas no domingo, 28 de julho. Com 80% das urnas apuradas, o órgão informou que o atual presidente obteve 51,2% dos votos, enquanto seu principal adversário, Edmundo González, ficou com 44%.

O CNE, cujo líder é um aliado de Maduro, destacou que a diferença entre os dois candidatos é de cerca de 704 mil votos. Os resultados finais ainda não foram publicados, o que pode levar a alterações nesses números.

Logo após o anúncio, Maduro declarou em um discurso a seus apoiadores que sua reeleição representa a vitória da paz e da estabilidade.

"O povo disse paz, tranquilidade. Fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará", disse.

A oposição, entretanto, contestou os resultados divulgados pelo CNE, alegando que Edmundo González teria obtido 70% dos votos, enquanto Maduro teria recebido apenas 30%.

Pesquisas de boca de urna divulgadas pela agência Reuters também sugeriam uma vitória de González com ampla margem. Maria Corina Machado, líder da oposição que foi impedida de participar da eleição, declarou: "Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González".

Em um breve discurso, González afirmou: "Não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada."

De acordo com o CNE, 59% dos eleitores participaram da votação, um aumento significativo em relação aos 46% registrados em 2018, quando Maduro conquistou seu segundo mandato em meio a alegações de fraude e baixa participação.

A oposição denunciou irregularidades no processo de apuração e solicitou a seus apoiadores que vigiassem os locais de votação para garantir uma contagem paralela. O CNE atribuiu a demora na divulgação dos resultados a uma "agressão ao sistema de transmissão de dados", que teria atrasado a transmissão dos resultados.

O CNE informou que os resultados detalhados estarão disponíveis em breve no site do conselho e serão entregues às organizações políticas em um CD, conforme previsto na legislação. Com a demora na divulgação dos resultados e alegando que o governo estava impedindo o acesso às atas de votação, a oposição pediu que a população mantivesse vigilância nos locais de votação para verificar os resultados.

Reação pelo mundo

Após a divulgação dos resultados, várias autoridades internacionais questionaram a vitória de Maduro e pediram uma contagem transparente dos votos.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin parabenizou Nicolás Maduro pela reeleição e enfatizou a importância da parceria estratégica entre os dois países. Na Bolívia, o presidente Luis Arce felicitou Maduro pela "vitória eleitoral" e destacou o respeito à vontade popular. Na Colômbia, o ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, pediu esclarecimentos sobre os resultados e uma auditoria independente para garantir transparência.

No Chile, o presidente Gabriel Boric afirmou que seu governo não reconhecerá resultados não verificáveis e exigiu transparência total no processo eleitoral. Na China, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, parabenizou Maduro e ressaltou a parceria estratégica com a Venezuela.

Na Costa Rica, o governo declarou que não reconhece a eleição de Maduro, chamando-a de "fraudulenta", e prometeu trabalhar com outros governos democráticos para respeitar a vontade do povo venezuelano. Em Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel felicitou Maduro pela "vitória histórica" e elogiou a coragem do povo venezuelano.

Nos Estados Unidos, o secretário de Estado Antony Blinken expressou sérias preocupações sobre os resultados e pediu transparência no processo eleitoral. Na Guatemala, o presidente Bernardo Arévalo manifestou dúvidas sobre os resultados e solicitou relatórios das missões de observação eleitoral.

Em Honduras, o presidente Xiomara Castro felicitou Maduro por sua "vitória incontestável" que reafirma a soberania do país. No Peru, o ministro das Relações Exteriores Javier González Olaechea afirmou que o Peru não aceitará a violação da vontade popular e convocou seu embaixador em Caracas para consultas

No Reino Unido, o Ministério dos Negócios Estrangeiros não aceitou a legitimidade da administração de Maduro e aconselhou os cidadãos britânicos na Venezuela a ficarem em casa após as eleições. No Uruguai, o presidente Luis Lacalle Pou expressou dúvidas sobre a credibilidade dos resultados e pediu transparência no processo.

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