Durante reunião com o ministro Rui Costa, governador Wanderlei Barbosa discute medidas emergenciais para conter a crise ambiental que já registrou mais de 13 mil focos de incêndio no estado.

Redação

 

 

 

O estado do Tocantins atravessa uma crise ambiental severa em 2024, com um aumento significativo no número de queimadas. Segundo o boletim mais recente do Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma), foram contabilizados 13.448 focos de incêndio entre os dias 10 e 16 de setembro, representando um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse crescimento é atribuído às condições climáticas adversas, como a prolongada estiagem, temperaturas que superam os 38°C e umidade relativa do ar que chega a apenas 20% em algumas regiões.

 

Os municípios mais impactados incluem Lagoa da Confusão, Pium, Formoso do Araguaia, Miracema do Tocantins e Mateiros. A situação é crítica em Lagoa da Confusão, onde a área devastada pelo fogo já atinge mais de 10 mil hectares, ameaçando não apenas a biodiversidade local, mas também as atividades agrícolas e a saúde da população.

 

No contexto nacional, o Tocantins é o quarto estado mais afetado pelas queimadas, atrás apenas de Mato Grosso, Roraima e Mato Grosso do Sul. Desde o início do ano, o estado já registrou 3.219 focos de calor, o que representa aproximadamente 10% de todas as queimadas no Brasil. Entre as áreas protegidas, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Ilha do Bananal e o Parque Estadual do Jalapão são os mais atingidos, com focos de incêndio descontrolados ameaçando espécies endêmicas e habitats naturais.

 

Impactos Ambientais e Socioeconômicos

 

O impacto das queimadas no Tocantins vai além dos danos ambientais. A degradação de áreas preservadas e a destruição de vegetações nativas afetam diretamente a qualidade do solo e a capacidade de retenção hídrica, comprometendo a sustentabilidade das atividades agropecuárias, que são fundamentais para a economia local. A produção agrícola, especialmente de soja e milho, enfrenta prejuízos significativos devido à redução da fertilidade do solo e ao risco de incêndios em áreas cultivadas.

 

Além disso, a saúde pública é fortemente impactada. O aumento da emissão de partículas e poluentes devido às queimadas leva ao crescimento dos casos de doenças respiratórias, especialmente entre crianças e idosos. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, houve um aumento de 35% nas internações por doenças respiratórias em comparação ao mesmo período do ano anterior.

 

Medidas de Combate e Prevenção

 

Diante desse cenário, o governo estadual intensificou as ações de combate às queimadas. A Polícia Militar e a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) reforçaram a fiscalização e a repressão contra incêndios criminosos, especialmente em áreas de difícil acesso. A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) também ampliou a distribuição de equipamentos de combate a incêndio e a capacitação de brigadistas nos municípios mais afetados.

 

Uma das iniciativas mais destacadas foi a criação de uma força-tarefa organizada pela Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), em parceria com os prefeitos das cidades mais afetadas, para fornecer apoio emergencial às populações em situação crítica. O governo estadual também lançou campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos e consequências das queimadas, além de incentivar denúncias de atividades criminosas relacionadas ao uso do fogo.

 

Reunião com o Governo Federal e Ações Conjuntas

Defesa Civil implementa mudanças a fim de fortalecer a capacidade do órgão no gerenciamento de crises, em resposta ao aumento de eventos climáticos extremos. Foto: Governo do Tocantins 

 

O governador Wanderlei Barbosa participou de uma reunião estratégica com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e governadores dos Consórcios da Amazônia e Brasil Central para discutir medidas de combate às queimadas. O encontro, que contou com a presença de ministros das pastas de Justiça, Meio Ambiente, Integração e Desenvolvimento Regional e Relações Institucionais, teve como objetivo alinhar ações entre os estados e o Governo Federal para enfrentar a crise. A reunião aconteceu na quinta-feira, 19 de setembro.

 

Durante a reunião, o ministro Rui Costa anunciou a criação do Comitê Interinstitucional de Gestão e do Comitê Executivo, que integram o Pacto pela Transformação Ecológica, iniciativa que une os três poderes do Estado brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também anunciou um crédito extraordinário de R$ 514 milhões, destinado a órgãos responsáveis por enfrentar a crise climática e implementar medidas de prevenção e combate às queimadas.

 

O governador Wanderlei Barbosa destacou a importância da união entre os estados e o Governo Federal para enfrentar os desafios ambientais. “Nossa prioridade é encontrar alternativas eficazes para proteger o meio ambiente e as populações impactadas, trabalhando de forma integrada e coordenada para enfrentar essa crise que atinge o território nacional”, afirmou o governador.

 

Desafios e Perspectivas

 

Apesar das iniciativas, o desafio de controlar as queimadas no Tocantins é complexo e requer um esforço contínuo de todos os setores da sociedade. A mudança no padrão climático, com a previsão de estiagens mais prolongadas nos próximos anos, exige a adoção de políticas públicas sustentáveis e uma maior conscientização da população sobre os riscos associados ao uso irresponsável do fogo.

 

A expectativa é que as ações conjuntas entre estados e o Governo Federal contribuam para a redução dos focos de incêndio e para a recuperação das áreas degradadas, promovendo um desenvolvimento sustentável e a proteção dos recursos naturais do estado.

 

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