Especialistas apontam fenômenos climáticos como o El Niño e bloqueios atmosféricos como fatores que agravam a crise hídrica, exigindo medidas urgentes para mitigar os impactos na população.

Redação

 

 

Mais de mil cidades brasileiras estão sem chuvas há pelo menos três meses, segundo mapeamento feito pelo Centro Nacional de Desastres Naturais (Cemaden). O total representa cerca de 20% dos municípios do país e reflete a pior seca já registrada. No Tocantins, cerca de 90% das cidades enfrentam a estiagem severa, impactando diretamente a agricultura, o abastecimento de água e aumentando o risco de queimadas.

Dados do Cemaden indicam que a ausência de precipitações se estende por mais de 90 dias em várias localidades, com algumas cidades não registrando chuvas há até 133 dias. A situação é alarmante, afetando a produção agrícola e a qualidade da água. Em cidades como Palmas, Araguaína, Gurupi e Porto Nacional, os agricultores relatam perdas significativas nas lavouras.

Em Palmas, a capital do estado, a falta de chuvas tem resultado em níveis alarmantes nos reservatórios que abastecem a cidade. Araguaína, conhecida como a "Capital do Norte do Tocantins", também enfrenta problemas semelhantes, com impactos diretos na agricultura local. Gurupi, por sua vez, vê a escassez de água comprometer sistemas de irrigação, elevando o risco de queimadas.

A seca severa no Tocantins é causada por uma combinação de fatores climáticos. O fenômeno El Niño tem contribuído para o aumento das temperaturas e alterações nos padrões de precipitação, intensificando a seca nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Além disso, bloqueios atmosféricos têm impedido que frentes frias avançassem pelo país, prolongando a estiagem.

Com mais de um terço do território brasileiro, equivalente a mais de 3 milhões de km², enfrentando a seca extrema, as consequências são diversas. A baixa nos reservatórios eleva a preocupação com a capacidade de armazenamento de água, essencial para o abastecimento e geração de energia. As queimadas, por sua vez, aumentam, afetando a qualidade do ar e a saúde da população.

Diante deste cenário crítico, é fundamental que o governo e as autoridades locais implementem medidas de mitigação para lidar com a crise hídrica. A construção de cisternas, a adoção de técnicas de cultivo mais eficientes em termos hídricos e campanhas de conscientização sobre o uso responsável da água são algumas das ações que podem ser adotadas.

A situação no Tocantins serve como um alerta para a necessidade urgente de estratégias sustentáveis que garantam a segurança hídrica e alimentícia da população. Com o aumento das temperaturas e a continuidade da estiagem, todos os setores da sociedade devem se mobilizar para enfrentar este desafio, garantindo a resiliência do Tocantins e de suas comunidades diante das mudanças climáticas.

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